Patologias Ortopédicas:
Ombro
Artrose do Ombro
A artrose do ombro é uma fonte comum de dor e incapacidade funcional que atinge principalmente a população idosa. A lesão da cartilagem articular cria um atrito entre a cabeça do úmero e a superfície da glenóide. À medida que o atrito evolui, existe mais formação de osteófitos, limitando progressivamente a mobilidade articular e causando dor.
Uma série de fatores pode levar à artrose do ombro:
- Uma lesão repetitiva, pode ser ocasionada por uma instabilidade articular crônica;
- Trauma (fratura ou luxação);
- Um processo inflamatório crônico (artrite reumatóide e outras);
- Osteonecrose (a perda de suprimento sanguíneo para os ossos, que pode ser causada por diversas condições);
- Lesão crônica do Manguito Rotador.
Tratamento:
O tratamento inicial deve ser sempre não cirúrgico. Analgesia e fisioterapia são as primeiras opções para o tratamento. Manter a mobilidade articular com alongamento e fortalecimento é fundamental. Infiltração intra-articular pode ser indicada em alguns casos.
O tratamento cirúrgico é indicado apenas na falha do tratamento conservador. A substituição articular por uma prótese geralmente é a melhor opção de cirurgia. Existem alguns tipos de prótese e suas indicações levam em consideração as características da artrose, dos tendões do manguito rotador e a demanda do paciente (saiba mais sobre o tratamento cirúrgico no nosso tópico “Cirurgias”).

Bursite do Ombro
Bursite no ombro é a inflamação da bursa subacromial, uma estrutura que se localiza entre o tendão e o osso da articulação. Esta inflamação causa dor na região lateral do ombro que pode irradiar para o braço e coluna cervical, geralmente apresenta uma piora dos sintomas à noite.
A bursite do ombro é uma doença comum, podendo ou não estar relacionada à atividades esportivas que exigem muito do ombro como tênis e natação, mas também atinge pessoas que trabalham com digitação, carregam peso e mesmo as pessoas sedentárias.
Para fazer o diagnóstico, o médico ortopedista especialista em ombro deve analisar o histórico do paciente e realizar o exame físico para detectar em que lugar do ombro o paciente sente dor, podendo solicitar exames de imagem complementares, como o ultrassom ou ressonância magnética.
Tratamento:
O tratamento da bursite normalmente é realizado com fisioterapia e medicação, com o objetivo de minimizar o processo inflamatório e diminuir a dor do paciente, além de fortalecer os músculos estabilizadores da articulação.
O tratamento pode ser cirúrgico nos casos que a bursite esta associada à alguma lesão dos tendões do manguito rotador que apresente necessidade de reparo por meio de cirurgia artroscópica (saiba mais sobre o tratamento cirúrgico no nosso tópico “Cirurgias”).

Capsulite Adesiva
A capsulite adesiva é uma inflamação da cápsula articular do ombro, que é um tecido de colágeno que o envolve. É também conhecida como “síndrome do ombro congelado” ou apenas “ombro congelado”, pois além de muita dor, o paciente apresenta dificuldade em movimentar o ombro como se o mesmo estivesse “congelado”.
É uma condição muito dolorosa e que pode durar de meses a anos, sendo que a maioria dos pacientes se recupera em até dois anos.
A capsulite adesiva é uma condição relativamente comum, chegando a acometer cerca de 2% da população. No entanto, como os sintomas iniciais são semelhantes a de outros problemas do ombro, como na síndrome do manguito rotador, tendinite calcárea, entre outros, muitas vezes ela acaba não sendo diagnosticada corretamente.
Ela incide tanto em homens quanto em mulheres, porém é discretamente mais prevalente no sexo feminino e geralmente ocorre em pessoas entre 40 a 60 anos. É raro que a capsulite adesiva acometa o mesmo ombro mais de uma vez, contudo, 20% dos pacientes com diagnóstico de ombro congelado poderão ter essa doença no outro ombro.
Tratamento:
O tratamento varia de acordo com a fase em que a doença esta, podendo fazer uso de Analgesicos, Anti-inflamatorios não hormonais e corticoides sistêmicos. A fisioterapia também sera introduzida no tratamento. Nos casos sem sucesso no tratamento conservador, esta indicado o tratamento cirúrgico.

Dor no Ombro
Diversas são as causas de dor no ombro e sua prevalência pode chegar a mais de 60% na população geral ao longo de sua vida. Portanto, saber a sua causa exata e assim poder trata-la é fundamental para a promoção e manutenção da qualidade de vida dos nossos pacientes..
A principal causa de dor no ombro são as patologias que acometem o manguito rotador, que é um conjunto de quatro tendões que funcionam como principais estabilizadores dinâmicos do ombro e que tem importância fundamental na sua biomecânica. Podem causar desde dores ao redor do ombro e no braço até a incapacidade do paciente de levantar o membro.
Geralmente acomete pessoas acima de 40 anos de idade e sua causa pode ser degenerativa, ou seja, ocorre ao longo do tempo com a idade e esforços físicos, ou até mesmo traumáticas, após uma queda sobre o ombro. O tratamento deve ser avaliado de forma individual podendo variar desde o seu manejo conservador com exercícios de alongamento e fortalecimento específicos de forma orientada até a necessidade de uma intervenção cirúrgica.
No entanto a síndrome do manguito rotador não é a única causa de dor no ombro. As instabilidades glenoumerais, ou seja, as luxações e subluxações do ombro, apresentam uma incidência de cerca de 20 por 100.000 habitantes por ano. Geralmente ocorrem em paciente mais jovens e, em muitos casos quando a luxação ocorre, há a necessidade do paciente ir a um serviço de urgência para a sua redução. Na maioria dos casos em jovens a taxa de recorrência é alta e portanto se faz necessário o tratamento cirúrgico. Contudo há diversas técnicas e quando não indicadas corretamente a falha do tratamento pode chegar até 67%.
Outras causas de dor na população são: síndrome do impacto, capsulite adesiva, luxação acromioclavicular, fraturas, artrites e artroses, entre outros. Cada caso deve ser avaliado e tratado de forma individualizada e sempre levando em consideração o perfil e a demanda de cada paciente. Apenas dessa forma poderão ser obtidos os resultados almejados.

Instabilidade Glenoumeral
A instabilidade do ombro geralmente começa após um episódio de luxação (quando a articulação sai do lugar) após um trauma. Também existe o tipo de instabilidade atraumática onde a articulação do ombro sai do lugar sem que ocorra nenhum tipo de queda ou movimento brusco.
Geralmente o paciente apresenta dor no ombro e medo de realizar alguns movimentos ou atividades com o membro acometido pois a luxação do ombro causa muita dor e incapacidade funcional.
Tratamento:
A escolha do tratamento depende das características do paciente, número de episódios de luxação e tipo de lesão associada. Pacientes com baixa demanda, sem lesões associadas e com apenas um episódio de luxação podem ser tratados de maneira não cirúrgica, o tratamento inicial é com imobilização em tipoia e reabilitação após melhora da dor.
Pacientes com vários episódios de luxação e alta demanda, devem ser tratados de maneira cirúrgica. A cirurgia pode ser realizada por artroscopia ou por via aberta, a escolha do tipo de cirurgia leva em consideração o tamanho das lesões associadas à luxação e a experiência do cirurgião (saiba mais sobre o tratamento cirúrgico no nosso tópico “Cirurgias”).

Tendinite Calcária
A Tendinite Calcárea é uma afecção comum do ombro, caracterizada pelo depósito de cristais de cálcio no interior de um ou mais tendões do manguito rotador. As causas da tendinite calcárea ainda não são completamente conhecidas. Existem algumas teorias que buscam explicar como acontece a calcificação do tendão. Elas envolvem, inclusive, teorias multifatoriais, como fatores genéticos, processo de degeneração do tendão e baixo fluxo sanguíneo.
Tratamento:
Entre os tratamentos indicados estão à prescrição de analgésicos, repouso, crioterapia e fisioterapia. Na falha do tratamento não cirúrgico, pode haver a necessidade de cirurgia que é realizada com o objetivo de retirar o depósito de cálcio do tendão, procedimento que pode ser feito por meio de artroscopia do ombro (saiba mais sobre o tratamento cirúrgico no nosso tópico “Cirurgias”).

Tendinopatias e Lesões do Manguito Rotador
O Manguito Rotador é um conjunto de quatro tendões que conectam os músculos da escápula à cabeça do úmero. Esses tendões são essenciais para o funcionamento adequado da articulação do ombro. As principais funções do manguito rotador são: estabilizar a articulação, auxílio no movimento e nutrição articular.
Os tendões do Manguito Rotador podem apresentar alterações celulares relacionadas ao envelhecimento, as chamadas “tendinopatias”, ou até mesmo romperem de maneira espontânea ou após um trauma.
Tanto as tendinopatias quanto as roturas causam dor na face lateral do braço, com piora ao elevar peso e à noite. Em casos de rotura grande, o paciente pode apresentar diminuição da amplitude de movimento do ombro.
As alterações do Manguito Rotador têm uma etiologia multifatorial, ou seja, não acontecem por um motivo único. O principal fator de risco é a idade sendo que essas doenças são comuns principalmente após os 50 anos de idade. Outro fator de risco importante é o componente hereditário. Além disso, outras doenças e hábitos podem estar envolvidos, como o diabetes, hipercolesterolemia, tabagismo, movimentos repetitivos e esportes de impacto.
Tratamento:
As Tendinopatias geralmente são tratadas de maneira não cirúrgica, independente da idade do paciente. Fisioterapia e analgesia são utilizadas inicialmente. Em casos refratários pode-se lançar mão de medicações injetáveis ou infiltrações na região do ombro.
Já nos casos em que existe a Rotura dos tendões do Manguito Rotador, o tratamento deve levar em consideração as características da lesão (quantidade de tendões, tamanho da lesão e degeneração muscular) e a demanda do paciente (nível de atividade). Em casos de lesões em pacientes idosos com baixa demanda, o tratamento não cirúrgico costuma ser bastante satisfatório e a cirurgia é indicada apenas na falha do tratamento inicial. Entretanto, em pacientes jovens e ativos o tratamento deve ser mais agressivo, principalmente nas lesões completas (que envolvem toda a espessura do tendão). A cirurgia é realizada por via artroscópica, sendo um procedimento pouco invasivo e relativamente rápido. Porém, por se tratar de um procedimento complexo, a cirurgia deve ser realizada por ortopedista especialista em ombro com treinamento e experiência adequados (saiba mais sobre o tratamento cirúrgico no nosso tópico “Cirurgias”).

Patologias Ortopédicas:
Cotovelo
Bursite do Cotovelo
Bursa é um tecido que existe em diversas articulações, como ombro, cotovelo, joelho e quadril, que tem como funções facilitar o deslizamento dos tendões. Eventualmente a bursa pode ficar inflamada e causar dor. Como no cotovelo ela fica sobre o olécrano, é chamada de bursite olecraniana.
A bursa pode ficar inflamada devido a traumatismo local. Pode ser um macrotrauma, como nas quedas, ou microtraumas, como ficar apoiado sobre a ponta do cotovelo. Outras alterações, como reumatismo, gota e alterações ósseas podem facilitar o aparecimento desse problema.
Tratamento:
Evitar traumas locais é a medida mais importante. Na fase aguda, compressas frias ajudam e medicação para dor pode ser utilizada dependendo dos sintomas. Nos casos de haver alguma doença associada, como reumatismo ou gota, é importante o tratamento da mesma. Normalmente, a bursite regride sozinha. Caso isso não ocorra, e os sintomas incomodem o paciente, pode ser realizada uma punção para esvaziar a bursa. Cirurgia é indicada na minoria dos casos, quando as outras medidas não surtiram efeito, e consiste na ressecção da bursa.

Epicondilite Lateral do Cotovelo
A epicondilite lateral do cotovelo, também conhecida como “cotovelo de tenista” foi, durante algum tempo, associada ao praticante desse esporte. Entretanto, essa doença não é exclusiva dos praticantes do esporte e pode acometer pessoas com idade entre 35 e 55 anos, com histórico de esforços repetitivos, movimentos de extensão de punho e dedos, como digitadores, professores, dentistas, operários, profissionais de limpeza, donas de casas, entre outros.
A dor na proeminência óssea na região lateral do cotovelo é o sintoma mais comum e aumenta ao realizar esforço físico.
O diagnóstico de epicondilite lateral do cotovelo é feito basicamente por meio da história e do exame físico. Os exames de imagem como radiografia simples e ultrassonografia são úteis para descartar outras causas de dor.
Tratamento:
O tratamento inicial é não cirúrgico, com uso de medicação, gelo, fisioterapia e órtese funcional. Inicialmente o paciente deverá evitar esforço repetitivo, diminuindo a sobrecarga no cotovelo. A infiltração é uma alternativa que deve ser considerada quando a fase dolorosa não regride após o tratamento inicial. Nos casos refratários ao tratamento conservador, o tratamento cirúrgico (aberto ou artroscópico) está indicado.

Epicondilite Medial
A epicondilite medial é conhecida como cotovelo do golfista por afetar principalmente praticantes de golfe, entre 45 e 55 anos de idade, e no membro superior dominante. No entanto, praticantes de futebol americano, beisebol, remo e musculação também podem sofrer com essa doença, assim como pessoas que trabalham com agricultura, jardinagem, construção civil e linha de montagem.
As principais causas para o aparecimento dessa patologia são sobrecarga, movimentação repetitiva dos músculos flexores do antebraço, algum evento traumático, desequilíbrio muscular, idade avançada ou falta de flexibilidade.
Os pacientes com epicondilite medial relatam dor na parte interna do cotovelo, podendo irradiar para o antebraço, como um dos principais sintomas. Em casos mais graves, pode haver formigamento dos dedos das mãos e perda de força.
Tratamento:
Quanto ao tratamento, inicialmente costuma ser conservador, controlando a dor, reabilitando a musculatura afetada, repouso, gelo, afastamento do esporte ou do trabalho e alongamento. Em último caso, quando o tratamento conservador não resolve o problema, a cirurgia para a retirada dos tecidos doentes e revitalização do tecido é recomendada, podendo ser feita por artroscopia, principalmente a epicondilite lateral.
Após a recuperação da fase aguda dolorosa, é necessário realizar um trabalho de prevenção de novas crises com alongamento e fortalecimento frequente e revisão das técnicas esportivas no caso de praticantes de golfe e tênis.

Rigidez do Cotovelo
A rigidez do cotovelo tem como principais causas a hipertrofia cápsulo-ligamentar , deformidades ósseas e presença de osteofitoses. Quando o cotovelo não apresenta arco funcional, ou seja, menos que ângulo entre 30º a 130º sem melhora com tratamento fisioterápico por até 6 meses está indicada a cirurgia.
Em minha experiência a artroscopia é a técnica de escolha. O ganho médio do arco de movimento gira entre 40º e 50º e a agressão de pele é mínima.
A artroscopia do cotovelo é um procedimento muito específico e deve ser realizado por profissional especialista de cotovelo com treinamento para artroscopia dessa articulação.
Após a cirurgia o paciente pode ganhar arco de movimento durante até 6 a 9 meses. Para obter o melhor resultado a reabilitação é mandatória. Em geral há ganhos em torno de 40º com a artroscopia do cotovelo. A fisioterapia pode ser dolorosa mas é essencial após a cirurgia.

Lesões no Esporte
Beach Tennis
Criado na Itália nos anos 80, o beach tennis vem se popularizando cada vez mais no Brasil, como é o caso de Campinas, onde há inúmeras quadras para esse esporte que é uma mistura de tênis tradicional, vôlei de praia e badminton.
Por isso vale estar atento às lesões que podem ser causadas por movimentos do esporte e como preveni-las. No meu consultório tenho visto aumentar o número de pacientes com epicondilite lateral, ou cotovelo de tenista, uma lesão comum entre jogadores de beach e de outros esportes que utilizam raquete.
Essa lesão consiste, basicamente, em algumas fissuras no tendão (parte do osso que se liga ao músculo). Os sintomas são: dor ou sensibilidade ao longo da parte externa do cotovelo e, em alguns casos, no braço todo.
Outra lesão comum entre os praticantes de beach tennis é a lombalgia, que consiste em desconforto/dor na região da coluna lombar (região mais baixa da coluna). Essa lesão pode ser causada por um “mau jeito” nos movimentos de saque e de agachamento e é intensificada pela instabilidade gerada pela areia.
Tratamento:
O tratamento constitui-se em repouso e uso de gelo no local lesionado, além de fisioterapia, se os sintomas persistirem.
Para evitar essas e outras lesões é fundamental realizar atividades físicas acompanhadas de profissionais da área e, no caso do beach tennis, aprender a realizar os movimentos do jogo corretamente sem sobrecarregar o corpo.

Lesão Distal do Bíceps
O músculo bíceps braquial é um dos músculos do braço responsável principalmente pela supinação do antebraço, mas também pela flexão do cotovelo. Ele possui duas origens no ombro e uma inserção única na região do cotovelo. As lesões no bíceps que acometem a região do cotovelo são chamadas de lesões distais do bíceps braquial.
As lesões distais do bíceps acontecem em apenas 3% dos casos de lesão no bíceps e geralmente ocorrem em pacientes entre 30-50 anos que realizam algum esforço resistido no antebraço com o cotovelo semi-flexionado e com a palma da mão virada para cima (supinada), como ao carregar um objeto pesado, ao realizar exercícios na academia ou em movimentos bruscos ou de resistência como no cross-fit e nas artes marciais. É mais comum em pacientes do sexo masculino e a lesão costuma acontecer de forma súbita.
Tratamento:
Em pacientes esportistas, jovens, grande demanda funcional é indicado tratamento cirúrgico. A cirurgia pode ser deixada de lado em idosos e pessoas de baixa demanda funcional que aceitem a deformidade estética (sinal de Popeye).

Lesão SLAP do Ombro
A lesão tipo SLAP é comum em atletas e subdiagnosticada. Essa lesão muitas vezes é representada por aquela dor crônica no ombro que não melhora com fisioterapia e que aparece apenas em algumas posições específicas. Um exemplo é quando fazemos pulley ou o supino, principalmente o inclinado. A dor não é incapacitante, a não ser em atletas arremessadores.
Em lutadores pode causar aquela dor constante no ombro durante a luta ou nos exercícios específicos já citados. A causa dessa dor é o arrancamento de parte da origem da cabeça longa do músculo bíceps (que tem seu início no ombro).
Muitas vezes esse arrancamento ocorre com lesão parcial do tendão do bíceps, o que piora os sintomas de dor.
Essa lesão é de difícil diagnóstico e por muitos anos passou despercebida pois em geral não aparece em exames de ultrassom ou ressonância magnética. O resultado desses exames é pobre podendo ter como resultado derrame, inflamação ou até normalidade. A artroressonância é o exame de escolha, é uma ressonância magnética com contraste injetado no ombro, nesse exame é possível fazer o diagnóstico preciso na maior parte das vezes.
Tratamento:
O uso de remédios pode aliviar a dor, e infelizmente a fisioterapia não apresenta bons resultados. Nossa única proposta para essa patologia é a cirurgia que reinsere por artroscopia a porção arrancada no osso, reestabelecendo a anatomia normal. As técnicas cirúrgicas variam de acordo com a gravidade do caso e o período de reabilitação também.
A reabilitação deve ser acompanhada por um fisioterapeuta acostumado a lidar com as patologias do membro superior e pelo ortopedista responsável pela cirurgia. Se respeitadas as orientações quanto à reabilitação o resultado é excelente com o retorno às atividades em nível competitivo.

Lesões Esportivas
Lesões esportivas são danos físicos causados ao organismo por fatores como carga ou estresse, sendo as lesões musculares as mais comuns. A lesão esportiva clássica ocorre quase sempre por uma situação de trauma, como entorses e fraturas.
De forma geral, essas lesões são causadas por acidentes, contato físico ou movimentos bruscos inesperados. As lesões não-traumáticas são causadas por sobrecarga (ou overuse), treinamento inadequado, aumento muito progressivo da atividade física, falta de transição adequada no início de atividades, calçados inadequados ou mesmo excesso de peso.
Cada modalidade esportiva tem suas lesões características, sendo mais comum, por exemplo, no futebol a lesão nos joelhos, enquanto no basquete as partes mais afetadas são coluna, ombro, cotovelo e dedos.
A dica é que, antes de iniciar um programa de treinamento esportivo, o indivíduo faça uma avaliação médica e física e que mantenha um trabalho constante de prevenção de lesões (não traumáticas) através do fortalecimento dos músculos e do respeito aos limites do corpo e ao cumprimento da técnica de cada esporte.

Fraturas
Fratura da Cabeça do Rádio
O rádio é um dos ossos do antebraço. A parte mais proximal dele, chamada de cabeça, articula-se com o úmero e a ulna no cotovelo. As fraturas desse local costumam ocorrer após queda sobre a mão.
Como é feito o diagnóstico?
A radiografia é suficiente na maioria das vezes. Em algumas situações a tomografia é solicitada, para detectar fraturas com mínimo desvio ou incompletas, ou ainda para planejar melhor o tratamento cirúrgico. O paciente costuma ter dor para movimentar o cotovelo e rodar a palma para cima e para baixo.

Tratamento:
Nos casos onde não existe desvio, ou o desvio é pequeno, pode ser feito o tratamento conservador. Diferentemente da maioria das fraturas, onde imobilização é necessária por 4 a 6 semanas, a fratura da cabeça do rádio é tratada com movimentação o mais precoce possível, ficando o paciente com tipoia por no máximo 1 semana. Após esse período realiza-se fisioterapia. Nos casos com desvio, é indicada a cirurgia.
Como é feita a cirurgia?
Nos casos com desvio das fragmentos, indica-se a cirurgia. O tipo de cirurgia vai depender do grau de fragmentação óssea. Quando apenas uma pequena parte da cabeça é acometida, é possível a fixação com parafusos do fragmento destacado no restante do osso não acometido. Quando toda a cabeça fica separada do resto do osso, é necessária a utilização de placa e parafusos. Nos casos com fragmentação importante da cabeça, com 3 ou mais fragmentos, ou quando ocorreu junto com a fratura uma luxação do cotovelo, normalmente é feita uma artroplastia da cabeça do rádio. Após a cirurgia, a fisioterapia é iniciada o mais precocemente possível, para evitar a rigidez do cotovelo.


Fratura do Cotovelo
O Cotovelo é a articulação que fica localizada entre o antebraço e o braço. É uma articulação bastante complexa, formada pela relação de três ossos: o Úmero, o Rádio e a Ulna. Além da própria anatomia óssea, o cotovelo tem sua estabilidade aumentada pela presença da cápsula articular e dos ligamentos colaterais e anular. Além do movimento de flexão e extensão, o cotovelo ainda é capaz de executar movimento de pivot, pronação e supinação (movimento rotacional utilizado para apertar um parafuso com uma chave de fenda, por exemplo).
Uma fratura do cotovelo é qualquer fratura que acometa a região distal do úmero (a partir da crista supracondilar), a proximal do rádio (cabeça e colo) e a proximal da ulna (olecrano e coronoide). As fraturas podem ocorrer separadamente ou associadas (ex: ulna + rádio, rádio + úmero distal, úmero distal + ulna, ou as três ao mesmo tempo).
No adulto, a incidência de fraturas do úmero distal é de cerca de 5,7 por 100.000 a cada ano. Já as fraturas da cabeça radial são responsáveis por 1, 7 a 5,4% de todas as fraturas e por 1/3 de todas as fraturas do cotovelo. Já a incidência das fraturas do olécrano na população adulta é de aproximadamente 11,5 por 100.000 pessoas a cada ano.
Nas crianças, de todas as fraturas do cotovelo, 85% ocorrem no úmero distal, sendo que dessas 55 a 75% são supracondileanas.
Como ocorre a fratura do cotovelo?
Os principais mecanismos de fratura do cotovelo são: o trauma direto na região do cotovelo e o trauma indireto, como na queda da própria altura sobre o braço estendido. Em pacientes mais jovens, geralmente a fratura ocorre após traumas por mecanismo de alta energia, como nos acidentes automobilísticos.

Quem tem maior risco de fraturar do cotovelo?
Nas crianças, a maioria das fraturas ocorre em pacientes entre 5 e 10 anos de idade, mais comumente em meninos. Nos adultos, as fraturas têm uma distribuição bimodal, sendo mais comum em jovens do sexo masculino (relacionados a acidentes de grande energia, como os automobilísticos) e em mulheres idosas (relacionada a osteoporose e a traumas de baixa energia, como quedas).

Quais os sintomas?
Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade, além de incapacidade de mobilizar o membro superior afetado. Geralmente, o paciente dá entrada no pronto-socorro mantendo o braço junto ao tórax para tentar aliviar a dor.
Como é feito o diagnóstico?
Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é muito útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura.

Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras?
As fraturas do cotovelo diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, três se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado?
Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Para cada um dos três ossos que compõem o cotovelo, existe uma classificação distinta. Basicamente, elas dividem as fraturas de acordo com a localização da fratura, com energia/mecanismo do trauma e de acordo com o “traço” de fratura e com o desvio dos fragmentos (número de partes). Geralmente, cada osso fraturado é classificado separadamente, por exemplo: em uma fratura do cotovelo que acometeu o úmero e a cabeça do rádio, será feita a classificação da fratura do úmero e da fratura da cabeça do rádio, separadamente.
Como é feito o tratamento?
O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os supracitados.
Como é feito o Tratamento Conservador?
A melhor indicação de tratamento conservador é feita nos casos de fraturas sem ou com pouco desvio. O tratamento é feito com imobilização gessada, geralmente do tipo axilopalmar, sendo sempre realizado o acompanhamento radiográfico. Em torno de 3 a 4 semanas, os exercícios ativos leves são iniciados. Entre 6 e 8 semanas, a imobilização é retirada e o paciente pode iniciar alongamentos e exercícios contra resistência leve.O retorno a um arco de movimentos e à função quase normal é esperado após um período de 6 a 9 meses.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico?
A melhor indicação de tratamento conservador é feita nos casos de fraturas sem ou com pouco desvio. O tratamento é feito com imobilização gessada, geralmente do tipo axilopalmar, sendo sempre realizado o acompanhamento radiográfico. Em torno de 3 a 4 semanas, os exercícios ativos leves são iniciados. Entre 6 e 8 semanas, a imobilização é retirada e o paciente pode iniciar alongamentos e exercícios contra resistência leve.O retorno a um arco de movimentos e à função quase normal é esperado após um período de 6 a 9 meses.

Quais as possíveis complicações?
Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades?
O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 12 meses no adulto e de 4 a 6 meses nas crianças. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.

Fratura do Úmero Diafisário
O úmero é um osso longo, sendo o maior do membro superior, e se localiza no braço. O Úmero se articula com a escápula proximalmente (formando a articulação do ombro) e se articula com rádio e com a ulna distalmente (formando a articulação do cotovelo). Anatomicamente, o úmero é dividido em três regiões: úmero proximal (ombro), úmero diafisário (meio do braço) e úmero distal (cotovelo). Mais precisamente, a diáfise do úmero estende-se da inserção do músculo peitoral maior até uma estrutura próxima ao cotovelo chamada crista supracondilar.
A fratura do úmero diafisário é uma lesão relativamente comum. Representa de 3 a 5% de todas as fraturas do corpo, correspondendo a uma incidência de cerca de 14,5 fraturas a cada 100.000 pessoas por ano. Dessas, em torno de 2 a 10% são fraturas expostas.
Como ocorre a fratura do Úmero Diafisário?
O principal mecanismo de fratura do úmero proximal é o trauma direto no braço. Outro mecanismo é o trauma indireto, como ocorre na queda da própria altura sobre o braço estendido, mecanismo esse mais comum em pessoas idosas. Em pacientes mais jovens, geralmente, a fratura ocorre após traumas por mecanismo de alta energia, como nos acidentes automobilísticos.
Quem tem maior risco de fraturar do Úmero Diafisário?
Esse tipo de fratura tem uma distribuição bimodal de acordo com a idade, ou seja, ocorre um pico de muitas fraturas em jovens, em torno da 3ª década de vida, principalmente em homens. O outro pico ocorre em torno da 7ª década de vida, principalmente em mulheres.
Quais os sintomas?
Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade/encurtamento, além de incapacidade de mobilizar o membro superior afetado. Nesse tipo de fratura, devido a sua proximidade com a diáfise do úmero, deve-se dar atenção à lesão do nervo radial. Quando existe lesão do nervo radial, alguns movimentos são prejudicados, como a extensão do cotovelo, do punho e dos dedos.

Como é feito o diagnóstico?
Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia pode ser útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura. Contudo, geralmente, apenas com a radiografia já suficiente para se diagnosticar e traçar a conduta.

Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras?
As fraturas do úmero diafisário diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 3 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura.
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado?
Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Uma classificação bastante utilizada é a feita pelo grupo AO. Basicamente, ela divide as fraturas de acordo com a localização da fratura, com energia/mecanismo do trauma e com o “traço” de fratura.

Como é feito o tratamento?
O objetivo do tratamento é estabelecer uma consolidação (osso “colar”) com alinhamento aceitável e restaurar o nível funcional que o paciente tinha antes da lesão. O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
As características do paciente e da fratura precisam ser consideradas na escolha de uma opção apropriada de tratamento. A idade do paciente, o nível funcional (grau de atividade do paciente), a presença de lesões associadas, o estado dos tecidos moles (músculos, pele, tendões e nervos etc) e o padrão da fratura são observados.
Como é feito o Tratamento Conservador?
A maioria das fraturas do úmero diafisário pode ser tratada de forma conservadora, através do uso de imobilização. A melhor indicação é feita nos casos de fraturas com pouco desvio e sem lesões associadas. A imobilização pode ser feita através de muitos métodos, como o uso aparelho gessado, bracefuncional e imobilização toracoabdominal. 20º de angulação anterior, 30º de angulação em varo e até 3cm de aposição em baioneta são aceitáveis e não comprometerão a função ou a aparência.
Um dos principais pré-requisitos para a escolha do tratamento conservador é a cooperação do paciente. O tratamento conservador exige bastante cuidado e um acompanhamento mais intensivo junto ao médico. Muitas vezes, são necessárias trocas do aparelho gessado, pois, com o passar do tempo, o edema (inchaço) no braço diminui e o aparelho gessado fica “frouxo”. A consolidação geralmente ocorre entre 8 e 10 semanas. Todavia, a confirmação através da radiografia e do exame físico é necessária.

Como é feito o Tratamento Cirúrgico?
As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas agudas do úmero diafisário são fraturas expostas, comprometimento neurovascular associado e politraumatismo. Outras indicações são grandes desvios, falha do tratamento conservador, “cotovelo flutuante” (quando ocorre fratura do úmero associada com fratura do antebraço), extensão da fratura para articulação, fratura segmentar e fratura bilateral. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, parafusos, hastes intramedular e fixadores externos.

Quais as possíveis complicações?
Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades?
O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 9 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.

Fratura do Úmero Proximal
O úmero é um osso longo, sendo o maior do membro superior, e se localiza no braço. O Úmero se articula com a escápula proximalmente (formando a articulação do ombro) e se articula com rádio e com a ulna distalmente (formando a articulação do cotovelo). Anatomicamente, o úmero é dividido em três regiões: úmero proximal (ombro), úmero diafisário (meio do braço) e úmero distal (cotovelo).
O úmero proximal é dividido em 4 segmentos, segundo a classificação de Neer: Cabeça, Tuberosidade Maior, Tuberosidade Menor e Colo. A cabeça se articula com a escápula, ajudando a formar a articulação do ombro, a qual possui maior amplitude de movimento entre todas as articulações do corpo. As duas tuberosidades são sedes de inserções dos tendões do manguito rotador, principal conjunto de músculos que dão movimento ao ombro. Já o colo marca o início da transição entre o úmero proximal e o úmero diafisário.
As fraturas do úmero proximal representam cerca de 4 a 5% de todas as fraturas e são as mais comuns do úmero (45%). A maior incidência dessa fratura na população idosa está relacionada com a Osteoporose, acometendo cerca de trezentas mil pacientes por ano (mais comuns que as fraturas do quadril).
Como ocorre a fratura do Úmero Proximal?
Os principais mecanismos de fratura do úmero proximal são o trauma direto no ombro e a queda da própria altura sobre o braço estendido, mecanismo esse típico de mulher idosa e osteoporótica. Em pacientes mais jovens, geralmente, a fratura ocorre após traumas por mecanismo de alta energia, como nos acidentes automobilísticos.

Quem tem maior risco de fraturar do Úmero Proximal?
Os principais fatores incluem sexo feminino, idade avançada (3/4 dos casos de fratura ocorrem em pacientes com mais de 60 anos), comorbidades, uso de tabaco/cigarro e álcool, fratura prévia, histórias de quedas e presença de Osteoporose. A fratura do úmero proximal tem relação direta com a evolução da Osteoporose, o que explica a maior incidência no sexo feminino dessa fratura (cerca de 3 mulheres para 1 homem).

Quais os sintomas?
Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade, além de incapacidade de mobilizar o membro superior afetado. Geralmente, o paciente dá entrada no pronto-socorro mantendo o braço junto ao tórax para tentar aliviar a dor.
Como é feito o diagnóstico?
Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é muito útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura.

Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras?
As fraturas do úmero proximal diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 3 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado?
Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Existem muitas classificações, como a de Neer, a de Hertel e a feita pelo grupo AO. Basicamente, elas dividem as fraturas de acordo com a localização da fratura, com a energia/mecanismo do trauma, com o “traço” de fratura e com o desvio dos fragmentos (número de partes)

Como é feito o tratamento?
O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
Como é feito o Tratamento Conservador?
A maioria das fraturas do úmero proximal pode ser tratada de forma conservadora, por meio do uso de imobilização. A melhor indicação é feita nos casos de fraturas com pouco desvio, que correspondem a cerca de 80% de todas as fraturas do úmero proximal. O tratamento é feito com tipoia por cerca de 7 a 10 dias e depois é iniciado com movimentos pendulares, se não houver crepitação no foco fraturário. Se houver crepitação, a imobilização é mantida, sendo sempre realizado o acompanhamento radiográfico. Em torno de 3 a 4 semanas, os exercícios ativos leves são iniciados. Entre 6 e 12 semanas, o paciente pode iniciar alongamentos e exercícios contra resistência leve. O retorno a um arco de movimentos e à função quase normal é esperado após 1 ano.

Como é feito o Tratamento Cirúrgico?
As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas agudas do úmero proximal são fraturas expostas, comprometimento neurovascular associado e politraumatismo. Outras indicações são os grandes desvios e deslocamentos das partes. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, está a utilização de placas, parafusos, fios (pinos) e Artroplastia (prótese).

Quais as possíveis complicações?
Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades?
O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 12 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.

Qual a importância da clavícula no ombro?
A clavícula é um osso curvo que conecta o tórax ao membro superior. Ela dá forma à parte superior do ombro, acima da região peitoral, e é facilmente visível em muitas pessoas. A clavícula não tem cobertura muscular, como outros ossos, e é palpável logo abaixo da pele. O posicionamento correto da escápula durante a movimentação do ombro depende da integridade da clavícula.
Por que a fratura da clavícula é tão comum?
A clavícula é um osso relativamente fino, com formato curvo, responsável pela sustentação do peso do braço. A largura e a altura dos ombros são mantidas pela clavícula. Quando uma pessoa sofre uma queda sobre o ombro, toda a energia do impacto é transferida para a clavícula, causando a fratura do osso. Algumas vezes, pode existir o impacto de um objeto sobre a clavícula, causando a fratura, mas isto é menos comum. O mecanismo mais comum é a queda sobre o ombro, ocorrido principalmente em quedas de bicicleta, acidentes de moto ou acidentes esportivos.

Diagnóstico da fratura da clavícula
A fratura da clavícula após uma queda geralmente é rapidamente percebida, pois costuma existir muita dor no local, inchaço e alteração da aparência do ombro. Intuitivamente a pessoa com fratura da clavícula utiliza a mão do lado não fraturado para apoiar o cotovelo do lado que sofreu a fratura na tentativa de diminuir a dor. É comum também existirem escoriações na pela na parte lateral do ombro, mostrando o local onde houve o impacto contra o solo.
Quando existe suspeita de fratura da clavícula, é importante que se procure um atendimento médico logo que possível. O diagnóstico é realizado apenas com radiografias na maioria dos casos. A realização de tomografia ou ressonância magnética são menos necessários no diagnóstico da fratura da clavícula, e são mais utilizados quando a suspeita de outras lesões do ombro.

Tipos de fratura da clavícula
A maioria das fraturas da clavícula ocorre na porção central do osso, que é a região com menor resistência óssea e a que sofre maior força de torção e alavancagem quando o peso do corpo é transferido para o ombro. Estas são as chamadas fraturas do tipo I e representam 80% dos casos.

As fraturas da parte lateral (tipo II), que fica mais próxima do ombro, também são relativamente comuns e têm maior risco de envolverem lesões dos ligamentos que ligam a clavícula à escápula, o que pode causar instabilidade. As menos comuns são as fraturas da parte mais próxima do tórax (chamada tecnicamente de porção medial da clavícula). Por ser uma região mais estável e com maior resistência óssea, raramente é fraturada.

Como é realizado o tratamento da fratura da clavícula?
O tratamento da fratura da clavícula depende de alguns fatores:
• Tipo da fratura (qual a região acometida);
• Desvio (afastamento) entre os fragmentos da fratura;
• Presença de outras lesões (ligamentos, outras lesões ósseas);
• Nível de atividade do paciente.
Nas fraturas em que os fragmentos estão com bom alinhamento e que não existem outras lesões associadas (ligamentos ou outras fraturas), o tratamento é realizado com imobilização com tipóia, por um período que pode variar de 6 a 8 semanas, podendo ser maior em alguns casos.

Quais casos devem ser operados?
A escolha do tratamento conservador ou cirúrgico na fratura da clavícula é um tema controverso. Classicamente, a maioria dos casos era tratada de forma não-cirúrgica, mas algumas dificuldades e complicações das fraturas não operadas fizeram com que aumentassem as indicações de cirurgias.
Atualmente, algumas características da fratura são consideradas para a indicação do tratamento cirúrgico:
• Desvio (afastamento) ≥ 2,0 cm entre os fragmentos da fratura;
• Encurtamento ≥ 2,0 cm do comprimento total da clavícula;
• Ausência de contato ósseo entre os fragmentos;
• Deformidade óssea com lesão da pele;
• Desnivelamento significativo do nível dos ombros ;
Outros fatores, como o nível de atividade do paciente (pessoas que necessitam retorno precoce a atividades esportivas retornam mais rápido com a cirurgia), lesões associadas (outras fraturas), condição clínica, entre outros.
